Ocultismo


Cabala







N. Compilador
AIN SOPH - O “Ilimitado” ou Infinito; a divindade que emana e se expande. Na Cabala, o Ancião dos Anciões; o Eterno; a Causa Primeira. Para os cabalistas caldeus primitivos, Ain Soph era “sem forma ou ser”, sem qualquer semelhança com outra coisa. A Divindade é Não-Coisa, é inanimada e, portando chamada Ain Soph, Ain significa Nada.

SEPHIROTH - [Plural de Sephira]. - São as dez emanações da Divindade; a mais elevada é a formada pela concentração do Ain Soph Aur ou Luz infinita e cada Sephira produz, por emanação, outro Sephirah. Os nomes dos dez Sephiroth são: 1º) Kether, a Coroa; 2º) Chokmah, Sabedoria: 3º) Binah, Inteligência; 4º) Chesed, Misericórdia; 5º) Geburrah, Poder; 6º) Tiphereth, Beleza; 7º) Netzach, Vitória; 8º) Hod, Esplendor; 9º) Jesod, Fundamento; 10º) Malkuth, Reino. (G. Teosófico de H. P. B.)

Os “Dez Membros” do “Homem Celeste” são os Dez Sephiroth, mas o primeiro “Homem Celeste” é o Espírito Não Manifesto do Universo, não devendo jamais ser desvirtuado e confundido com o Microposopo ou Microcosmo, a Face ou Aspecto Menor, o protótipo do homem no plano terrestre. O Microcosmo, como dissemos, é o Logos manifesto, e há muitos destes Logos. (A Doutrina Secreta de H.P.B.).

AS VÁRIAS REPRESENTAÇÕES DAS DIVINDADES, “AIN-SOPH E AS SEPHIRÔTH”.

Daremos atenção, agora, a alguns dos mais importantes mistérios da Cabala, e estudaremos suas relações com os mitos filosóficos de várias nações.

Na mais antiga Cabala oriental a Divindade é representada como três círculos em um, cercados por uma certa exalação caótica ou fumacenta. No prefácio do Zohar, que transforma os três círculos primordiais em TRÊS CABEÇAS, descreve-se sobre estas uma exalação ou fumaça, nem preta, nem branco, mas incolor, e circunscrita num círculo. Essa é a Essência desconhecida. A origem da imagem judaica pode ser talvez remetida ao Poimandres  de Hermes, o Logos egípcio, que aparece numa nuvem de natureza úmida, como fumaça que dela escapa. No Zohar, o Deus supremo é, como mostramos no capítulo anterior, e como no caso das filosofias hindus e budista, uma pura abstração, cuja existência objetiva é negada pelos últimos. É Hokhmanh, a "SABEDORIA SUPREMA", que não pode ser compreendida pela reflexão, e que repousa dentro e fora do CRÂNIO de LONGO ROSTO (Sephirah), a mais elevada das três "Cabeças". É o "Ain Soph infinito", a Não-Coisa.


N. C. Acrescentamos a figura SEPHÎRÂ, criamos três triangulo, afim de que o leitor, tenha um ponto de referência para as explicações do texto.

As "três cabeças", superpostas umas às outras, foram evidentemente tomadas dos três triângulos místicos dos hindus, que também aparecem superpostos. A "cabeça" superior contém a Trindade no Caos, da qual brota a trindade manifesta. Ain Soph, o eterno irrevelado, que é ilimitado e incondicionado, não pode criar, e por conseguinte parece-nos um grande erro atribuir a ele um "pensamento criador", como o fazem habilmente os intérpretes. Em todas as cosmogonias, essa Essência suprema é passiva; se infinita, ilimitada e incondicionada, ela não pode ter nenhum pensamento ou idéia. Ela age não como resultado da volição, mas em obediência à sua própria natureza, e de acordo com a fatalidade da lei de que ela própria é a encarnação. Portanto, para os cabalistas hebreus, Ain Soph é não-existente, pois é incompreensível aos nossos intelectos finitos, e por conseguinte não pode existir para as nossas mentes. Sua primeira emanação é, Kether, a coroa. Ao ocorrer o momento para um período ativo, produz-se uma expansão natural dessa essência Divina de dentro para fora, obediente à lei eterna e imutável. Dessa Luz Eterna e Infinita (que para nós é trevas) se emite uma substância espiritual. Essa sendo a Primeira Sephirah, que contém em si as outras nove Sephiroth, ou inteligências. Em sua totalidade e unidade, elas representam o homem arquétipo, Adão-Cadmo, o que em sua individualidade ou unidade ainda é dual, ou bissexual, o Digamos grego, pois ele é o protótipo de toda a Humanidade. O temos, assim três trindades, cada qual contida numa "cabeça". Na primeira cabeça, ou face (a Trimûrti hindu de três faces), encontramos Kether, o primeiro andrógino, no ápice do triângulo superior, que emite Hokhmah, ou Sabedoria, uma potência masculina ativa - também chamada Yâh - e Binah, ou Inteligência, uma potência feminina e passiva, também representada pelo nome Yahweh. Essas três formam a primeira Trindade, ou "face", das Sephiroth. Essa Tríade emanou Hesed, ou misericórdia, uma potência ativa masculina, também chamada Eloah, da qual emanou Geburah, ou justiça, também chamada Pa'had, uma potência passiva feminina; da união de ambas produziu-se Tiphereth, beleza, clemência, o Sol espiritual, conhecido por seu nome divino Elohim; e a segunda Tríade, "face" ou "cabeça", se formou. Essa emanaram, por sua vez, a potência masculina Netzah, Firmeza, ou Yehovah-Tsabaôth, que deu origem à potência passiva feminina Hod, Esplendor, ou Elohim-Tsabaôth; as duas produziram Yesod, Fundação, que é o poderoso existente, El Hay, propiciando assim a terceira trindade ou "cabeça". A décima Sephirah é antes uma Díada, e é representada nos diagramas como o círculo inferior. É Malkhuth, ou Reino, e Shekhînah, também chamad' Adonai e Cherubim entre as hostes angélicas. A primeira "cabeça" é chamada de mundo Intelectual; a segunda "cabeça" é o Sensual, ou o mundo da Percepção, e a terceira é o mundo material ou físico.

O UNIVERSO ANTES DE TER UMA FORMA. A PRIMEIRA RELIGIÃO SABEDORIA.

"Antes de ter dado forma ao universo" - diz a Cabala -, "antes de ter produzido qualquer forma, ele era só, sem forma ou semelhança com o que quer que seja. Quem, então, pode compreendê-lo, tal como era antes da criação, visto que não tinha forma? Por conseguinte, é proibido representá-lo por qualquer forma, similitude, ou mesmo por seu nome sagrado, por uma simples letra, ou um simples ponto. (...) O Ancião dos Ancião, o Desconhecido dos Desconhecidos tem uma forma, mas não tem nenhuma forma, porque ele não pode ser compreendido. Quando assumiu uma forma pela primeira vez em Sephirah, sua primeira emanação, nove luzes esplêndidas dele emanaram".

Voltaremos agora à cosmogonia esotérica hindu e à definição daqueEle "que é e não é".

"Daquele que É, desse Princípio imortal que existe em nossas mentes mas não pode ser percebido pelos sentidos, nasce Purusha, o masculino e o feminino divinos, que se torna Nârâyana, ou Espírito Divino que se move nas águas."

Svayambhû, a essência desconhecida dos brâmanes, é idêntico a Ain Soph, a essência desconhecida dos cabalistas. Assim como para estes, o Nome Inefável não pode ser pronunciado pelos hindus, sob pena de morte. Na antiga Trindade primitiva da Índia, que pode com certeza ser considerada como pré-Védica, o germe que fecunda o princípio da mãe, o ovo mundano, ou o útero universal, chama-se Nara, o Espírito, ou o Espírito Santo, que emana da essência primordial. Tal como Sephirah, a emanação mais antiga, é chamada de ponto primordial, e de Cabeça Branco, pois é o ponto da luz divina que surge das trevas insondáveis e infinitas. No Manu é "NARA", ou o Espírito de Deus, que movimenta "Ayana [Caos, ou lugar de movimento], e por isso é chamada de NÂRÂYANA, o que se move nas águas". Em Hermes, o egípcio, lemos: "No início do tempo, nada havia no caos". Mas quando o Verbo, que brotou do vazio como uma "fumaça sem cor", fez sua aparição, então "este Verbo, se moveu sobre o princípio úmido". E no Gênese [I,2], lemos o seguinte: E as trevas cobriam o abismo [caos], e o Espírito de Deus se movia sobre as águas". Na Cabala, a emanação do princípio passivo primordial (Sephirah), dividindo-se em duas partes, ativa e passiva, emite Hokhmah-Sabedoria e Binah-Yehovah, em conjunto com esses dois acólitos, que completam a Trindade, torna-se o Criador do Universo abstrato, sendo o mundo físico a produção de poderes posteriores e ainda mais materiais. Na cosmogonia hindu, Svayambhû emite Nara e Nârî, sua emanação bissexual, e dividindo suas partes em duas metades, masculina e feminina, essas fecundam o ovo cósmico, no qual desenvolve Brahmâ ou antes Virâj, o Criador. "O ponto de partida da mitologia egípcia" - diz Champollion - "é uma Tríada (...) a saber, Kneph, Neith e Phtah; e Amon, o masculino, o pai; Mult, o feminino, a mãe; e Khonsu, o filho."

AS DEZ SEPHIRÔTH, SÃO CHAMADOS DE "SENHORES DE TODOS OS SERES".

As dez Sephiroth são cópias tomadas dos dez Prajâpatis criados por Virâj, chamados de "Senhores de todos os seres", e correspondentes aos patriarcas bíblicos.

Justino, o Mártir, explica algumas das "heresias" de sua época, mas de maneira bastante insatisfatória. Ele assinala, contudo, a identidade de todas as religiões do mundo em seus pontos de partida. O primeiro início se abre invariavelmente com a divindade desconhecida e passiva, que produz de si mesmo um certo poder ou virtude ativa, "Racional", que às vezes é chamada de SABEDORIA, às vezes do FILHO, e ainda de Deus, Anjo, Senhor e LOGOS. Este último termo se aplica às vezes à primeira emanação, mas em vários sistemas ele procede do primeiro raio andrógino ou duplo produzido no início pelo invisível. Fílon descreve essa sabedoria como masculina e feminina. Mas embora sua primeira manifestação tenha um início, pois procede de Olam (Aiôn, tempo), o maior de todos os Aeôns, quando emitidos dos Pais, ela permanece com ele antes de todas as criações, pois é parte dele. Por conseguinte, Fílon, o Judeu, chama Adão-Cadmo de "mente" (a Ennoia de Bythos, no sistema gnósticos). "Que a mente seja chamada de Adão."

O LIVRO DO GÊNESE UMA COMPILAÇÃO DAS LENDAS DO MUNDO ANTIGO.

Estritamente falando, é difícil conceber o Livro do Gênese judaico como outra coisa que uma chispa do tronco da árvore cósmica da Cosmogonia universal, traduzida nas alegorias orientais. Assim como todo ciclo é sucedido por um ciclo, e uma nação após outra vem ao placo do mundo para representar o seu breve papel, no majestoso drama da vida humana, cada novo povo deriva das tradições ancestrais à sua própria religião, dando-lhe uma cor local, e assinalando-a com suas características individuais. Embora cada uma dessas religiões tenha os seus traços distintos, pelos quais, na falta de outros vestígios arcaicos, a categoria física e psicológica pode ser estimada, todas preservam uma vinculação comum a um protótipo. Esse culto primordial não era outro senão a primitiva "religião da sabedoria". As Escrituras israelitas não são exceção. Sua história nacional - se podem elas reclamar qualquer autonomia antes do retorno da Babilônia, onde não eram mais do que seitas migratórias dos párias hindus - não pode remontar a antes de Moisés; e se esse sacerdote anteriormente egípcio deve, por causa da necessidade teológica, ser transformado num patriarca hebreu, devemos insistir em que a nação judia seja retirada dos juncos do Lago Moeris. Abraão, seu pretenso pai, pertence à mitologia universal. É bastante provável que ele seja um dos numerosos aliados de Zeruan (Saturno), o rei da idade de ouro, que é também chamado de Ancião (emblema do tempo).

Está agora demonstrado pelos assiriólogos que nos antigos livros caldeus, Abraão é chamado de Zeru-an, - um homem rico em ouro e prata, um príncipe poderoso. Ele é também chamado de Zarouan e Zarman - um velho decrépito.

A TORRE DE BABEL, CONSTRUÍDA PELOS DESCENDENTES DE SEM.

Diz Eupolemos que Abraão nasceu em Camarina ou Ur, uma cidade de arautos da Verdade, e que inventou a Astronomia. Josefo afirma o mesmo de Terah, pai de Abraão. A Torre de Babel foi construída tanto pelos descendentes diretos de Sem como por aqueles "malditos" Cam e Canaã, pois naqueles tempos os povos eram "um só" e a "terra inteira falava a mesma língua"; Babel era apenas um Torre astrológica e seus construtores eram astrólogos e adeptos da primitiva religião da sabedoria, ou ainda do que nós chamamos de doutrina secreta.

Sibila de Berosian diz: Antes da Torre, Zeru-an, os Titãs e Yapetosthes governavam a Terra; Zeru-an queria ser o supremo, mas os seus dois irmãos resistiram, até que sua irmão Astlik interveio e os apaziguou. Ficou combinado que Zeru-an deveria governar, mas os seus filhos homens seriam condenados à morte, e os fortes titãs foram designados para cumprir essa tarefa.

OS MISTÉRIOS DO ESPÍRITO HUMANO, E A COROA IMORTAL.

Elam, outro dos filhos de Sem, é Olam, e se refere a uma ordem ou ciclo de acontecimentos. No Eclesíastes, III, 11, é denominado "mundo". Em Ezequiel, XXVI, 20, de "dos velhos tempos". No Gênese, III, 22, a palavra tem o sentido de "para sempre"; e no cap. IX, 16, de "eterno". Finalmente, o termo é completamente definido, no Gênese, VI, 4, com as seguintes palavras: "Havia Nephilim (gigantes, homens caídos ou titãs) na Terra". A palavra é sinônimo de Aeôns. Em provérbios, VIII, 23, se lê: "Fui construído de Olam, de Rosh (sabedoria)". Com essa sentença, o sábio rei cabalista se refere a um dos mistérios do espírito humano - a coroa imortal da natureza trina do homem. Ao mesmo tempo que deve ser entendido como está acima, deve ser interpretado cabalisticamente significado que o eu (ou o meu eterno Ego imortal) ou a entidade espiritual foi fundido desde a eternidade infinita e inominável, por meio da sabedoria criativa do Deus desconhecido. Na tradução canônica se lê: "Desde a eternidade fui constituída e desde o princípio, antes de a Terra ser criada", o que é um contra-senso ininteligível, sem a interpretação cabalística. Quando Salomão é levado a dizer que era "desde o início... enquanto Ela (a Divindade Suprema) ainda não tinha feito a Terra... nem a parte mais elevada da poeira do mundo... eu estava lá, "e" quando Ele lançou os alicerces da Terra... então eu estava com Ele, como alguém criado com Ele" o que os cabalistas significam com o Eu, a não ser o seu próprio espírito divino, uma gota derramada daquela fonte eterna de Luz e Sabedoria - o espírito universal da Divindade?

O facho de glória emitido por Ain Soph da mais alta das três cabeças cabalísticas, através do qual "todas as coisas brilham na Luz" o facho que sai através do Primus Adão, é o Espírito Individual de todo Homem. "E cada dia me deleitava com (Ain Soph) ele brincando o tempo todo diante dele... e as minhas delícias eram `estar com os filhos dos homens', acrescenta Salomão no mesmo capítulo dos Provérbios (30-1). O espírito imortal se compraz nos filhos dos homens, pois, sem o espírito nada mais havia do que dualidades (corpo físico e alma astral, ou aquele princípio de vida que anima até mesmo a menor das formas do reino animal). Todavia, vimos que a doutrina ensina que esse espírito não pode se unir ao homem quando há matéria e tendências muito grosseiras de sua alma animal, que sempre o estarão expulsando devido ao seu grande número. Por essa razão, Salomão, que foi induzido a falar sob inspiração do próprio espírito que o possui durante toda a sua vida, proferiu as seguintes palavras de sabedoria: "Ouvi-me, meu filho" (o homem dual), "bem-aventurados os que guardam os meus caminhos... Bem-aventurado o homem que me ouve, e que vela diariamente à entrada da minha casa... Aquele que me achar, achará a vida, e obterás a salvação do Senhor... Aquele porém que pecar contra mim fará mal à sua alma... e ama a morte" (Provérbios, VIII, 32-6).

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